Nom
Um jardim que é um mundo de sabores

Para os verdadeiros amantes das artes gastronómicas, o ritual da degustação é algo que está muito para além de uma mera experiência sensorial (por muito extraordinária que ela possa ser). Mesmo quem não leu Marcel Proust, Manuel Vázquez Montalban, Eça de Queiroz ou Andrea Camilleri (entre tantos outros escritores que aqui poderíamos citar), sabe como a comida tem também o poder de evocar memórias, afectos, encontros e lugares. Mas se existe um traço comum entre os genuínos apreciadores dos prazeres da mesa é a sua incondicional disponibilidade para partir à descoberta dos sabores sabendo, consciente ou inconscientemente, que essa disponibilidade, esse apetite vital, reflecte uma abertura ao mundo, aos outros, à diferença e constitui também, de algum modo, um exercício de auto-conhecimento.

Estas observações vêm à mente a propósito do Nom. Inaugurado em 2019, é já um clássico da oferta gastronómica de Maputo, na qual ganhou lugar devido a uma proposta que apela à viagem por sabores que reflectem culturas diversas e estilos culinários variados, e tudo bem “empratado” num jardim acolhedor, cuidadosamente decorado, espaçoso e arejado.

Começando pelas entradas, destacamos o Ceviche de Garoupa. O ceviche, cebiche ou seviche é um prato de origem peruana baseado em peixe cru marinado em suco de limão ou outro cítrico. Outras opções nas entradas incluem: o polvo hoisin salteado no wok com malaguetas, cebolinho e gengibre, a mista frita do mar ou outro prato do mundo, no caso o israelita falafel com hummus. 

Continuando nesta viagem multicultural, agora pelos pratos principais, encontramos, entre outras iguarias, o Caril Malaio com camarão (tem origem no subcontinente indiano mas encontra-se também muito difundido noutras regiões que podem ir do Azerbaijão à Turquia), a Apa mexicana, as Ribs (costelas) com arroz birmanês, as Noodles com camarão e legumes ou, para algo completamente diferente, a Picanha "completa" (com feijão preto e farofa). Embora todas estas propostas sejam interessantes e mereçam prova, a nossa sugestão vai para o Bife Wellington. Conhecido por ser um prato típico inglês (reza a história que ele foi “concebido” para celebrar a vitória do Duque de Wellington sobre as tropas de Napoleão na famosa Batalha de Waterloo) há, porém, quem ponha a hipótese dos ingleses se terem, de facto, “apropriado” de uma receita francesa (o filet de bœuf en croute). Independemente das variações “criativas” que podemos encontrar hoje, propostas por diferentes chefs, a receita tradicional consiste num bife que é coberto com um patê (em geral, foie gras) e/ou duxelles (um preparado de cogumelos paris, chalotas e ervas finamente cortadas e salteadas em manteiga) que é assado envolto numa crocante cobertura de massa folhada.

Para terminar, o Nom propõe várias sobremesas em que destacamos as tartes: de maracujá com maçã ou chocolate com amendoim.

Por último, semanalmente, às quintas-feiras, o espaço propõe um ‘women happy hour’, numa noite de cocktails em que o Gin basílico ganha o lugar principal entre muitas e variadas escolhas. 

Restaurante Nom
Rua Chuindi, 45
Maputo
Tel. 84 922 4673
Aberto das 16h às 23h